. FALTAM APENAS DUAS SEMANA...
. JEJUM, UM ALIMENTO PARA A...
. “LA ILAHA – ILLA LLAH” – ...
. MI'RAJ — A Ascensão do Pr...
. RELEMBRANDO: A NOITE DE M...
. OS INÚMEROS BENEFÍCIOS PE...
. OS INÚMEROS BENEFÍCIOS PE...
. OS PRIVILÉGIOS E AS RESPO...
A minha filha, fã incondicional da cultura e sociedade nipónicas, mostrou-me há dias este provérbio japonês: cair sete vezes, levantar-se oito».
Na «Gaia Ciência», Nietzsche descreve o niilismo desta forma: «Para onde vamos nós próprios? Não estaremos incessantemente a cair? Para diante, para trás, para o lado, para todos os lados?».
A ideia de «queda», nas suas múltiplas dimensões, marca tragicamente a vida do homem. Mas este não é um conceito aplicado só à vida no plano pessoal; é também no plano cósmico. O mito de criação babilónico, por exemplo, apresenta-nos a criação a partir de um quadro de profunda violência e desordem – de queda. É o corpo dilacerado da deusa que dá origem ao universo e do seu sangue surgem as constelações. O mito judaico da criação também apresenta a formação dos mundos a partir de um estado de queda: é a criação que surge a partir de um cenário de vacuidade e de caos disforme.
É um facto: somos habitados – tragicamente habitados – por uma propensão para a queda. E o facto de estarmos «incessantemente a cair», como dizia Nietzsche, torna o homem um ser decadente! O segredo, contudo, está em ter uma queda controlada para minimizar os danos e optimizar, afinal, a vida.
Cada passo em frente é também uma queda! Andamos e caímos. Mas por incrível que pareça, a vida também se forja, também se ergue, também se vive a partir das quedas.
Já são horas de me levantar
Luís Melancia
Docente na Lic. em CR
Jacob Levy Moreno (1889-1974), psiquiatra judaico romeno, escreveu na primavera de 1914, em Viena, o primeiro de uma série de escritos poéticos, intitulado Einladung zu Einer Begegnung (Convite a um Encontro) que é, evidentemente, a primeira definição literária de «encontro», o conceito que se tornou central, no movimento existencialista. Para descrever o encontro, ele apresenta duas pessoas trocando os olhos para se compreenderem e se conhecerem mutuamente:
«Um encontro de dois: olho a olho, face a face. E quando você estiver próximo, arrancarei seus olhos e os colocarei no lugar dos meus; você arrancará meus olhos e os colocará em lugar dos seus; então olharei para você com seus olhos, e você olhará para mim com os meus».
A nossa dificuldade em entender o outro resulta da nossa impossibilidade em olhar para o outro a partir dele! Tudo o que conseguimos fazer, afinal, é olhar para o outro a partir de nós próprios, com os nossos próprios olhos e formas de olhar. É por isso que esta «teoria do encontro», de Moreno, é genial: a proposta apresentada é trocarmos os olhos com a outra pessoa.
Conhecer o outro é um desafio! Como bem nos recordou o Dr. Guilherme de Oliveira Martins, a palavra francesa para conhecer é a palavra «connaitre» que quer dizer «nascer com». E é muito por aí: só poderemos conhecer o outro se tivermos a possibilidade – e a disponibilidade – de nascer com ele, no seu mundo, nascer nos seus olhos e na forma de ele ver.
Trocamos olhares com o outro mas isso não chega! Mais importante que trocar olhares é trocar de olhos com o outro. É vê-lo, entendê-lo, descobri-lo como nunca antes tínhamos conseguido.
O caminho é longo...tanto mais quanto me parece que, por vezes, nem olhar o outro nos olhos nós conseguimos!
Luís Melancia
Docente em CR
. Sites Oficiais da área de Ciência das Religiões
. Portal de Ciência das Religiões
. Revista Lusófona de Ciência das Religiões
. Ciências da Religião (Fatin / Un. Lusófona)
. Meios de Comunicação da área de Ciência das Religiões
. Fórum de professores e alunos
. Áreas de reflexão em Ciência das Religiões
. Re-Ligare: reflexões sobre História e Sociologia das Religiões
. ... pode interessar a quem estuda Religião ...
. Instituições de acolhimento e desenvolvimento