Blog dos docentes, investigadores e alunos de Ciência das Religiões na Universidade Lusófona (Lisboa)
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Quinta-feira, 5 de Julho de 2012
RAMADAN - PRIMEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

A nossa fé não é comparável à fé dos anjos (estacionária), à dos Profetas (estava sempre a aumentar) e à dos Sahabas (era muito forte). A nossa fé, parece mais um gráfico de cotação duma bolsa de valores (tem mais descidas do que subidas). Ao longo do ano, o crente tem
uma vida agitada, procura insistentemente a sua provisão, distrai-se com a beleza deste mundo e não encontra tempo suficiente para se lembrar de Deus. “E quando os Meus servos perguntarem por Mim.., certamente que estou próximo (deles): Oiço o rogo suplicante quando chamam por Mim. Eles que Me obedeçam e tenham fé em Mim, para que possam ser levados pelo caminho recto”. Cur’ane 2:186. Allah, Subhana Wataala, com a sua infinita misericórdia, instituiu o Jejum no mês de Ramadan, um dos 5 pilares do Islão, para que nesse mês, o Seu servo possa inverter a situação, isto é, possa dedicar mais tempo na recordação Dele. “Ó vós que credes! É-vos prescrito o jejum, como foi prescrito aos vossos
antepassados, para que possais temer a Deus”. Cur’ane 2:183. Para os muçulmanos, o mês de Ramadan exerce uma atracção muito especial. Os que são regulares no cumprimento da religião, intensificam durante o mês sagrado, a recordação de Deus, observando as orações facultativas. Fomentam a solidariedade entre o crentes, distribuindo e incentivando a caridade obrigatória (Zakat) e a facultativa (Sadaka). “Se me forem gratos, dar-vos-ei mais”. Cur’ane 14:7. Os crentes, que ao longo do ano não foram regulares no cumprimento das suas obrigações religiosas, quando chega o mês de Ramadan, fazem o jejum e abstêm-se de práticas ilícitas. Procuram o perdão do Senhor e a partir daí, mudam o seu modo de vida, passando a ser mais devotos. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que todos são pecadores, mas entre eles, o melhor é aquele que se arrepende do seu pecado e pede perdão. Após o término do Ramadan, depois de jejuarem o mês inteiro, infelizmente, outros voltarão a “percorrer o caminho das trevas”, esperando pelo próximo Ramadan, para novamente intencionarem alterar o rumo da vida. Mas não se lembram, de que podem ser apanhados por aquilo que é o mais certo na vida – a morte. Alguns, ainda “embriagados” pelos prazeres do mundo, deixam passar o mês de Ramadan, não tirando dele, qualquer proveito. Hazrat Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: ”Aquele que não jejua no mês de ramadan, sem nenhuma razão válida (aceitável pela lei islâmica), nunca será capaz de recuperar aquele dia, mesmo que jejue o resto da vida”. Bukhari.


O Ramadan é o nono mês do calendário (lunar) Islâmico. É um mês de reflexão, de sacrifício, de auto-controle, de incremento na adoração a Deus e de redução das actividades mundanas. Ao jejuarmos, lembramos os milhões de seres humanos que vivem abaixo do limiar da pobreza, sem as condições básicas de subsistência, impensável nesta época em que as altas tecnologias proliferam por todo o lado. É o mês em que nos preocupamos com os necessitados, providenciando-lhes alimentos e outros bens essenciais. Os anjos invocam as bênçãos sobre aqueles que dão de comer e de beber ao jejuador na altura do iftar. Quem der de beber ao jejuador, Deus lhe dará de beber da Sua fonte e nunca mais terá sede, até entrar no Paraíso. Deus multiplica em muito as acções praticadas neste mês. Uma acção meritória, procurando a satisfação de Deus, é recompensada como uma acção obrigatória. A acção obrigatória é recompensada por 70 vezes mais, em relação aos restantes meses. Durante este mês, diariamente, Deus liberta do inferno, um grande número de almas. É o mês em que devemos incrementar as nossas preces. Foi o mês em que o Cur’ane foi revelado ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) através de Jibrail (Aleihi Salam) - Anjo Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele. “O Ramadan é o mês em que foi enviada a revelação do Cur’ane, como Guia para a humanidade, com provas claras de orientação e de critério (entre o bem e o mal…..)”. Cur’ane 2:185. É a altura do ano em o Livro Sagrado é mais recitado pelo crentes espalhados pelo mundo. Os muçulmanos o recitam individualmente, ou o ouvem através dos Hafez Cur’ane (que têm o Cur’ane decorado), durante as orações em congregação de Tarawi (Orações nocturnas). Quatro acções são recomendadas para este mês: 1- Recitar o kalimah tayyibah (declaração da fé) “LA ILAHA ILLA LLAH MUHAMMAD RASSULULAH- "NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE, E QUE MUHAMMAD É O SEU (ÚLTIMO) MENSAGEIRO.; 2- pedir perdão pelas falhas e pelos pecados cometidos, ex: “ASSTAGHFIRULLAH” (Ó Allah, perdoai-me), 3 – pedir o paraíso e; 4- pedir a Deus que nos salve do fogo do inferno, ex: “ALLAHUMA AJIRNA MINA NNARI” (Ó Allah, salve-nos do fogo (do inferno). Outra prece que deverá ser recitada com muita frequência: “RABBANÁ ÁTINA FI DDUNIA HASSANATAM WUAFIL ÁHIRATI HASSANATAM WUAQUINA ÃZÁBAL NNARI”2:201 (Nosso Senhor, conceda-nos o bem neste mundo e na vida futura e salve-nos dos castigos do fogo do inferno).


O jejum não se limita à abstenção do comer, do beber e das “relações” com as nossas esposas, desde o nascer ao pôr do sol. Todos os órgãos do corpo também devem jejuar. 1 – a língua, evitando conversas inapropriadas, a mentira, a difamação; 2 – a vista, evitando olhar o que nos desvia da recordação de Deus; 3 – a audição, ouvindo conversas maldosas e as intrigas; 4 – as mãos e os pés e os outros órgãos do corpo, que nos possam conduzir para o pecado. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Muitos dos que jejuam, não obtêm dos seus jejuns, excepto a fome. Muitos praticam as orações à noite e nada obtêm excepto o desconforto de permanecerem
acordados”. O crente deverá fazer todos os possíveis para manter, ao longo da sua vida, os órgãos do seu corpo em “permanente jejum”.


Aproveitemos o mês de Ramadan para: 1)- incrementarmos as nossas acções meritórias perante Deus; 2)- começarmos a praticar acções próprias dos residentes do paraíso; 3)- deixarmos definitivamente os vícios que são um atentado à nossa própria saúde e causadores de distúrbios familiares. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wasalam) disse: “ A pessoa que jejuar durante o mês de Ramadan, com fé e esperança de alcançar o beneplácito de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas”. Bukhari e Muslim.


Quem recitar, o seguinte, 3 vezes depois das orações de Fajr e Assr, todos os seus pecados, mesmo do tamanho do mar, serão perdoados: “Asstahgfirullaha lazí lá illaha ilah wual há-iul kaiumo wua atubu ileihi”. “Peço perdão a Allah, nenhum ser é digno de adoração, excepto Ele; e Ele é Vivo, o Eterno; e eu volto-me para Ele.


“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41


"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. Um bom dia de Juma e votos de um mês de Ramadan repleto de benefícios espirituais.


Cumprimentos,


Abdul Rehman Mangá
05/07/2012

publicado por Re-ligare às 13:57
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Quarta-feira, 4 de Julho de 2012
FALTAM APENAS DUAS SEMANAS!

A L M A D I N A

FALTAM APENAS DUAS SEMANAS!

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

 

02.07.20012

 

Todo aquele que andou na escola, de alguma forma viveu momentos de inquietação quando dos exames finais. Há quem se sentisse atrapalhado, olhando para um lado e para outro, por vezes ficava estático, com o coração a palpitar intensamente, não se apercebendo que o tempo útil para a prova de exame se ia esgotando. Alguns terão sentido vontade de chorar de remorsos pela amarga expectativa de perder o ano em virtude de não se terem esforçado no sentido de obter o aproveitamento que lhes permitisse encarar o exame com alguma serenidade.

Ocorrem-me alguns desses momentos por mim presenciados, quando na sala e em pleno exame, o supervisor anunciava que o tempo se estava a esgotar e que dentro de alguns instantes iria recolher as provas. Alguns dos colegas com fraco aproveitamento não conseguiam esconder a sua angústia por não terem capitalizado o tempo de que dispunham em função das perguntas que lhes eram apresentadas no texto de exame, não conseguindo portanto, responder muitas delas, o que certamente levava a que não transitassem para a fase seguinte dos seus estudos, aspiração de qualquer estudante.

 

Nessas ocasiões a preocupação é deveras grande, mas o estudante tenta serenar, pois a esperança que é a última coisa que morre, ainda lhe transmite alguma coragem, mas em vão. Muitos, ainda pegam na caneta e tentam rabiscar alguma coisa, mas as dificuldades por eles sentidas nas respostas às perguntas colocadas impedem-nos de prosseguir. Nesses momentos convencem-se de quão desleixados foram, pois durante todo o ano não assumiram que tal momento crucial chegaria, não se preparando e exercitando convenientemente ao longo do ano na resolução de diferentes questões nas matérias leccionadas, que mais tarde seriam susceptíveis de constar das provas de exame. Pensavam eles que seria tudo muito fácil, pelo que não se deram ao incómodo de rever a matéria, memorizar, passar algumas noites em branco no esforço por assimilarem a matéria.

 

A voz do supervisor dizia repetidamente: “Faltam 15 minutos”; “Faltam 10 minutos”; “Faltam apenas 5 minutos”; “Faltam apenas 2 minutos”; “Temos apenas 1 minuto”; “Tempo esgotado”!

 

Assim, o supervisor começava a recolher as provas de exame e quando isso acontecia, era difícil para o examinando acreditar que o tempo passara num ápice e que a sua memória o atraiçoara. Aí o estudante desventurado sentava-se e começava a pensar no que lhe acontecera, chorava e tentava levar a sua reflexão para além da sala de exame.

 

Transpunha esta ocorrência para um outro cenário, o do Exame Maior, o exame onde não haverá nem segunda chamada, nem segunda época, nem nenhuma outra opção. Ou se responde às perguntas e se passa para sempre, ou se reprova e fica-se irremediavelmente desgraçado para sempre. Este será o exame da vida perante Deus no Outro Mundo.

 

Enquanto no exame deste Mundo entramos para a sala sem sabermos quais serão as perguntas, o que pode criar alguma dificuldade, no exame do Outro Mundo já sabemos quais as perguntas que nos serão feitas, o que nos facilita a sua preparação e as respectivas respostas.

Segundo o Profeta Muhammad S.A.W., nesse dia do Grande Exame, nenhum de nós se moverá enquanto não responder a quatro perguntas:

 

- Onde passou a sua juventude (que boas acções praticou ao longo da sua juventude);

- Como ganhou e em que é que gastou as suas riquezas;

- Em que é que aplicou o conhecimento que foi adquirindo; e

- Onde passou a sua vida (que feitos relevantes praticou ao longo da vida).

 

É nesses momentos que a pessoa dá o real valor ao tempo, e compreende o que o Profeta disse: “Há duas graças que muita gente não dá o devido valor: a saúde e o tempo livre”.

(Relato de Al-Bukhari)

 

 

É nos momentos atrás descritos que o coração do examinando reage com fé, sente algum arrependimento, pois já se sente dentro de si alguma carga adicional de fé a partir da sala de exames da escola ou universidade onde estuda.

 

Desse exame final na escola da vida, começa-se a imaginar a agonia da morte, quando o termo da vida chegar e o tempo de se esforçar já tiver esgotado, assim como aconteceu  na sala de exames. Imagina a agonia da morte, a família que nesses momentos derradeiros o rodeia, a alma prestes a abandonar o seu corpo. Nesse momento, ele sozinho enfrentará as perguntas de exame, precisando de passar nesse interrogatório.

Todos os que chegam a esse momento crucial de agonia, desejam que tal lhe seja adiado por mais algum tempo, para melhor se prepararem a fim de passarem no exame da Vida Eterna. Têm muitos desejos e esperanças, querem um palácio no Paraíso, mas lá não são os desejos que funcionam, mas sim as acções.

 

É o momento em que ele quererá arrepender-se dos pecados e pedir perdão à Deus, reconciliar-se com os seus adversários, pagar o que lhes deve, ligar às relações uterinas, tratar bem os pais, observar o Zakaat (taxa fixa obrigatória), o Swalaat (orações rituais diárias), o jejum do Ramadhaan, etc.

 

As boas acções devem ser praticadas antes do tempo de exame chegar, pois nesse momento já não nos será adiado. O tempo e o desejo de voltar não nos será concedido, pois quando a vida de alguém chega ao fim, não lhe é adiantado nem atrasado um momento que seja.

Deseja voltar novamente atrás? Não ouvia o dia a dizer-lhe todos os dias quando amanhecia e quando anoitecia: “Ó filho de Adão! Sou um novo dia para ti, aproveita-me, pois se eu me for embora, jamais me apanharás. Tu és apenas um conjunto de dias, sempre que passa um dia, passou uma parte da tua vida”.

 

Nesse momento, as lágrimas escorrem dos nossos olhos com remorsos, e começamos a imaginar o Dia do Grande Exame acerca do qual o Profeta Muhammad S.A.W. diz: “Não existe ninguém de entre vós com o quem Deus não falará directamente sem qualquer intermediário, nem tradutor. Deus lhe perguntará: ‘Não te enviei o Mensageiro”? A isto o Humano responderá: “Sim”! Depois Deus perguntará: “Não te dei riquezas”? O Homem responderá: “Sim”!

(Relato de At-tabarani)

 

O que será de nós nesse exame? E qual será a nossa resposta? Será que vamos transitar ou reprovar?

 

Surgem muitas perguntas na nossa mente. Qual será o nosso resultado no dia de prestação de contas? Como será no meio de tanta gente desde o tempo de Adão até ao Fim do Mundo? Que vergonha sentiremos quando for anunciado o resultado das nossas acções perante tanta gente?

 

Esse será o verdadeiro Exame Final do qual devemos temer reprovar.

 

Devemos aprender da experiência do exame mundano.

 

Faltam apenas duas semanas para o sagrado mês de Ramadhaan. Ainda vamos a tempo de nos prepararmos para o nosso Exame Final.

 

Levantemo-nos, preparemo-nos e esforcemo-nos para podermos transitar, tanto neste como no Outro Mundo, para que não nos arrependamos à última hora.


publicado por Re-ligare às 15:14
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Terça-feira, 3 de Julho de 2012
JEJUM, UM ALIMENTO PARA A ALMA

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

“Ó vós que credes! É-vos prescrito o jejum, como foi prescrito aos vossos antepassados, para que possais temer a Deus”. Cur’ane 2:183.


Todos os louvores são para Allah, o Único, o Criador de tudo o que existe. Que a Paz de Deus esteja com todos os Profetas, que se sacrificaram para nos deixarem a mensagem de Deus, o Misericordioso e Perdoador. As Bênçãos e a Paz de Deus estejam, com o Profeta Muhammad, sua família e seus companheiros. A Paz e Misericórdia de Deus estejam com todos os crentes.


Para desempenharmos as diversas tarefas para a nossa subsistência, o nosso corpo necessita de ser convenientemente alimentado. Só assim conseguiremos ter a energia suficiente, para as tarefas (árduas) diárias. Outro sinal da fraqueza do ser humano é o sono. Para retemperar a energia intelectual e descansar o corpo, o homem necessita de dormir certas horas por dia. E Deus está isento destas necessidades.


Para qualquer acto de adoração, o ser humano necessita de ter um corpo saudável e uma mente sã. Para o jejum prescrito para o mês de Ramadan, se o crente não se encontrar em condições, não o deve fazer. “Allah não sobrecarrega a nenhuma alma, para além das suas possibilidades….” Cur’ane 2:276. As doenças crónicas, a idade precoce ou muito avançada e o estado de gravidez são alguns dos exemplos
que nos libertam desta obrigação. Em certos casos, depois de recuperar a saúde, deveremos “pagar” os dias perdidos. “Deus vos deseja a comodidade e não a dificuldade”. Cur’ane 2:185. Durante o mês de Ramadan, somos exortados, por exemplo, a acordar antes da aurora, para comermos, a fim de sentirmos forças, para suportar o dia. Somos também alertados para não continuarmos com o jejum, para além hora prescrita.


Entre os mais afortunados nos bens materiais e também entre os menos afortunados, há os que foram abençoados por Allah Subhana Wataala, com uma forte fé em Deus, nas Suas Escrituras e nos Seus Profetas. Além de fazerem o jejum obrigatório do mês de Ramadan, fazem também jejuns facultativos ao longo do ano. Porém, outros gostariam de fazer mais, mas o corpo os atraiçoa. Não têm possibilidades financeiras para se alimentarem convenientemente, a fim de suportarem muitos dias de jejum, mesmo que alternados, como é recomendável. Sobre este tipo de crentes, recordemos uma passagem ocorrida com Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu): Uma vez foi servida uma comida especial. Quando Anas começou a comer, manteve um pedaço na boca durante algum tempo e depois olhou para as outras pessoas e começou a chorar. Depois justificou-se, dizendo: “Por Allah, acompanhei pessoas que se tivessem oportunidade de terem esta comida, teriam jejuado mais frequentemente. Um deles encontraria somente leite misturado com agua (como comida), que beberia e começaria a jejuar”. –Al-Mu’afa Bin Imran – Kitab Al-Zuhd, nº. 125.

 

Tal como o corpo, a alma também necessita de “alimentos”. Durante o ano inteiro, o crente preocupou-se mais com a vida familiar, com o sustento e com o lazer. Muitas vezes esqueceu-se de que Deus é o melhor Sustentador. Não cuidou convenientemente da alma. Deus, com a sua infinita Misericórdia, deu ao muçulmano, o mês de Ramadan, para lhe possibilitar corrigir a situação anterior e melhorar o futuro. O mês de Ramadan, exerce no crente, um fascínio, uma atracção, difícil de explicar. É neste mês, que o crente, para além do jejum, encontra tempo e vontade para se dedicar ainda mais às orações facultativas e ajudar os mais necessitados. É um verdadeiro milagre. O que consome bebidas alcoólicas, deixa o vício de lado. Aquele que pouco reza a Deus, aproveita este mês para intensificar as orações e as preces.


Ao longo do mês do Ramadan, os crentes “invadem” as Mesquitas. À noite, depois da última oração obrigatória, acompanham a oração do Tarawi, ouvindo e seguindo a recitação do Cur’ane. Regressam à casa cansados, mas com a fé mais fortalecida e a alma alimentada. Prontos para acordarem na madrugada do dia seguinte, para mais um dia de jejum, de privação voluntária de alimentos. Passarão mais um dia, recordando a Deus, baixarão os seus olhares, ”taparão” os ouvidos, evitando as conversas fúteis e maliciosas.


Alhamdullilah!, com a graças de Allah, nosso Criador, faltam poucos dias para recebermos o nosso hóspede – o Ramadan. Saibamos aproveitar a presença dele para recordar o que aprendemos quando frequentávamos as Madressas. Na embalagem, aprender o que não sabemos. Intensifiquemos o nosso Zikr, mantendo a nossa língua ocupada na recordação de Deus. Para além das orações obrigatórias, aproveitemos para fazer as facultativas. Comecemos a fazer o Salat Tahiatul Uzú (cumprimentado o Uzú), depois de cada ablução ou banho. Ganhemos esse hábito,
para o realizar ao longo da nossa vida. Vamos pedir perdão, pelas nossas falhas cometidas, efectuando o Salat Taubah. Auxiliem os necessitados com bens materiais, ou mesmo com boas palavras. Façam muitas preces para vós mesmos, para os vossos familiares e amigos. E façam o favor, lembrem-se de mim nas vossas preces. Habitue os seus, em especial aos mais novos, para pedirem perdão para os vivos e os falecidos. Se é pai, mãe, filho, irmão, familiar ou simplesmente amigo de alguém que já nos deixou, alimente a alma dele, pedindo Àquele que é o mais Misericordioso de todos os misericordiosos. Seguramente que amanhã, seremos nós os necessitados.


“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.


"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil
hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.


Um bom dia de Juma e de um mês de Ramadan, repleto de muitas bênçãos.


Cumprimentos,


Abdul Rehman Mangá
28/06/2012
Abdul.manga@gmail.com

publicado por Re-ligare às 12:53
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