Uma das coisas que nos diferencia dos animais é a mão; e a anatomia do dedo polegar diferencia-nos dos primatas. Nos humanos, o polegar é posicionado ligeiramente mais longe dos outros quatro dedos, o que lhe permite opor-se a eles, bem como ter maior rotação. O nosso dedo polegar pode ser girado contra os dedos, o que permite pegar objectos de diferentes tamanhos com a mesma eficiência e manipulá-los com maior destreza. Essa alteração anatómica possibilita uma ampla variedade de funções que os humanos têm e os primatas não.
O polegar opositor dá-nos tanto força para agarrar, quanto precisão para desenvolver movimentos subtis. As actividades executadas pelas mãos humanas são bastante diversificadas e possibilitam não somente a utilização de ferramentas como a lança e o machado, mas também de objectos tão pequenos quanto a linha e a agulha. E isto sem dizer que só as mãos humanas podem servir para pintar um quadro ou tocar um violino.
A anatomia da mão é representativa desta nossa necessidade de agarrar. Deitamos a mão às coisas que desejamos, agarramos aquilo que conquistamos, aferramo-nos ao que nos é vital. E, por vezes, é tanta a vontade de agarrar, que quase transformamos as mãos em garras…
Por outro lado, por mais que agarremos não conseguimos evitar que tantas coisas se nos escapem. Umas escapam-se porque não as soubemos reter, outras escapam-se porque simplesmente têm de partir.
Depois, há coisas que agarramos mas erramos em agarrá-las…. Em Marcos 8:36, o evangelho diz que pouco importa ganhar o mundo inteiro e perder a própria alma. Isto é, de pouco serve agarrar a exterioridade e perder a interioridade!
Depois de tudo, ainda falta dizer que há coisas que, o melhor, mesmo, é que se vão…
Luís Melancia
Docente na Licenciatura em CR
Inventamos, muitas vezes, metas só para simular um final que, afinal, é falso!
O desafio não é chegar...é continuar. E quem entende a vida como um processo contínuo, sabe que nunca chegamos à meta! Haverá alguma ideologia, filosofia, crença ou sabedoria que se presuma como meta última, acabada, definitiva?
Não há finais felizes; isso é um engano! Talvez seja por isso que, nas estórias de infância, o final ficava sempre suspenso: «foram felizes para sempre».
E é também aí que deciframos uma genialidade incomparável em Jesus de Nazaré: ele próprio disse ser o caminho...
O nosso projecto é o trajecto! E o que temos de aprender a fazer é...desfrutar a viagem!
Bem-vindo, caminhante!!!
Luís Melancia
Docente na LIc. em CR