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Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011
O SACRIFÍCIO – CURBANI

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

“Faça Salah (oração) para o teu Senhor e faça Curbani (Sacrifício)”. Cur’ane - Cap. 108 Vers.2


O Sacrifício – Curbani, é um dos rituais do Haj. Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele) já muito velho, apesar de ser um grande Profeta, continuava a ser um ser humano e desejava ter um filho para dar continuidade à sua obra. Através de Hajra, a mulher africana e depois de muitos pedidos ao seu Senhor, Ele concedeu-lhe um filho chamado Issmail (Esmael) (que a Paz de Deus esteja com ele) - (nome que significa Deus escutou).


Allah, nosso Senhor e Criador, quis testar Ibrahim (Aleihi Salam). Ele era muito idoso e o filho ainda muito pequeno. Recebeu ordens para deixar ofilho com a mãe no deserto. Ele cumpriu com as ordens do seu Senhor, conforme foi relatado na mensagem referente à Agua de Zam-Zam. Depois do filho crescer, Deus quis novamente testa-lo. Através de um sonho, Deus ordenou-lhe para sacrificar o seu próprio filho. Ibrahim (Aleihi Salam), servo de Deus, logo se prontificou para cumprir com a ordem.


Allah diz no Cur’ane: “E saibam que as vossas riquezas e os vossos filhos são um teste.” Cur’ane 64, Vers.115.


E Ibrahim (Aleihi Salam), resolveu partilhar a ordem recebida com o seu filho Issmail (Aleihi Salam), que já demonstrava dedicação às ordens divinas, pelo que não hesitou em afirmar “Se Allah quiser, encontrar-me-ás de entre os pacientes.” Cur’ane 37 Vers.102.


Deste modo, Ibrahim levou o seu filho para o sacrificar. Durante o percurso apareceu o chaitane (diabo) que lhe persuadiu de não cumprir com a ordem de Deus, lembrando-lhe que só depois de muito velho é que conseguiu ter um filho. Ibrahim (Aleihi Salam), atirou para o cheitane, 7 pedrinhas, que se afundou na terra. Esta tentativa do cheitane, para desviar a tenção do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam), aconteceu por três vezes e por três vezes Ibrahim (Que a Paz de Deus esteja com ele), o repeliu.


Depois em Miná, a poucos quilómetros de Makka, quando se preparava para sacrificar o seu filho, Deus enviou um carneiro que foi sacrificado. Por isso, para manter viva a tradição de Ibrahim (Aleihi Salam), foi instituído que todo o muçulmano, após a oração do Idul Adhá (festa religiosa em comemoração do final da peregrinação a Makka), deve sacrificar um carneiro, uma vaca, um camelo, etc..Uma galinha não serve para o curbani. Um carneiro dá para uma pessoa e uma vaca para 7 pessoas. Jabir b. Abdullah (Radiyalahu an-hu) referiu: “No ano de Hudaibiya (6 da Hegira), nós, na companhia do Mensageiro de Deus, sacrificámos camelos para 7 pessoas e vaca para 7 pessoas”. Muslim. É recomendável que a carne seja distribuída em 3 partes iguais. Uma para seu consumo próprio, uma parte para os pobres e outra parte para os amigos e vizinhos, de modo que todos possam passar o dia de festa, convivendo em harmonia.


As palavras Hadiy e Curbani, referem-se a sacrifícios, mas efectuados em ocasiões e locais diferentes. O Hadiy é feito exclusivamente por aqueles que se encontram em peregrinação (Haj) em Miná. O Curbai (Udhiyah) é obrigação para todos os restantes muçulmanos, espalhados pelo mundo. Os pobres, estão dispensados desta obrigação.

 

O Hadiy é obrigatório para o Cárin e para o Mutamatti e faz parte de um dos rituais do Haj. O Haji Mufrid está dispensado. Existem outros rituais, nomeadamente; a) – Fazer Tawáf – circundar a Casa de Deus; b)- percorrer os montes Safa e Marwa, lembrando o que a mulher de Ibrahim sofreu para salvar o filho Issmail dos tormentos da sede; c)- atirar as pedrinhas (Ramyi) nos três locais onde Ibrahim foi tentado.

 

O Curbani é obrigatório para todo o muçulmano, adulto, financeiramente capaz. O Curbani pode ser efectuado nos dias 10, 11 e 12 de Dhul Hijja. Mas é recomendável que seja efectuado no dia 10, dia de Ide, mas só depois da oração do Idul Adhá. Jundub Bin Sufyan Al Bajali referiu: “no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), oferecemos alguns animais como sacrifício. Depois de terminada a oração de Idul Adhá, verificou-se que alguns companheiros abateram os animais antes da oração, pelo que o Profeta disse: “Quem sacrificou os animais antes da oração, deverá fazer novos sacrifícios e quem ainda não o fez, o deverá fazer, invocando o nome de Deus”. – Bukari. Livro 67-hadice 408. O período para o sacrifício dos animais, termina no 12ª. dia do referido mês, ao pôr do sol. Acerca deste dia de Idul-Adha, dia de festa, o Cur’ane refere a permissão de consumirmos a carne dos animais, os quais foram sacrificados com a invocação do nome de Deus: “…Comei, pois, dele e alimentai o indigente e o pobre”. 22.28 O Curbani que é feito no dia de Idul Adhá, não tem nada a ver com os sacrifícios que alguns povos ainda fazem, invocando espíritos ou ídolos. “Deus vos proibiu carne de animais mortos (que morreram por si), o sangue, a carne de porco e o que foi imolado sob a invocação de qualquer outro nome, que não seja o de Deus…” 2.173. O Curbani é feito invocando o nome de Deus, lembrando o sacrifício do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e para que todos, em especial os mais necessitados, possam ter alimentos suficientes para passarem o dia de Ide, dia de festa, em harmonia e em alegria. Abu Tufail referiu que perguntaram a Ali b. Abi Talib, para lhes informar algo que o Mensageiro de Deus lhe tenha dito em segredo. Ele respondeu: “Ele não me disse nada em segredo que não esteja ao alcance das pessoas. Mas eu ouvi ele dizer: “1- Deus amaldiçoou quem sacrificou em nome de alguém, em vez do nome de Deus. 2- Amaldiçoou aquele que acomodou uma inovação. 3- Deus amaldiçoou aquele que amaldiçoou os seus pais. 4- Deus amaldiçoou quem alterou a linha de fronteira (da terra que lhe pertence, não respeitando os direitos dos outros) 4.877 Muslim.


Certa vez os Sahabas - companheiros do Profeta (Radiyalahu an-huma), quiseram saber o significado do Curbani (Sacrifício) e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) respondeu: “É Sunnat (tradição) do vosso pai Ibrahim.” Então eles perguntaram: “Que recompensa obteremos pelo sacrifício?. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por cada pêlo do animal, tereis uma recompensa.” Relato de Ibn Majah. O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) fez o curbani durante todos os anos que permaneceu em Madina.


O Curbani pode ser feito em Portugal, pelo que podem contactar com o talho que habitualmente vos fornece a carne. Em alternativa, podem também mandar fazer o Curbani nas vossas terras de origem. Outra alternativa é entregar aos necessitados, a totalidade do produto resultante do curbani, ou às escolas frequentadas pelos alunos carenciados. Ali b. Abi Talib (Radiyalahu an-hu), referiu: “O Mensageiro de Deus o incumbiu na responsabilidade do sacrifício dos seus animais e ordenou-lhe para distribuir toda a carne e peles aos pobres e não cabendo nada para o açougueiro, que foi pago pelo respectivo trabalho”. 3019 e 3022 Muslim.


Façam o favor de serem felizes, cumprindo com as vossas obrigações perante o nosso Criador. Não se esqueçam de também contribuírem para a felicidade das pessoas que vos rodeiam.


Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
27/10/2011

publicado por Re-ligare às 12:41
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Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011
O EHRAM

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

Os peregrinos que se dirigem a Maka, com a intenção de fazerem o Haj (ou o Umra – pequena peregrinação), antes de entrarem nas zonas delimitadas da cidade sagrada, chamadas de Micát, devem vir já com o Ehram trajado. Duma maneira geral os peregrinos chegam de avião
através do aeroporto de Jeddah, a cerca de 70 Kms de Maka. Antes da aeronave atingir a cidade, o peregrino já deve estar em estado de Ehram. Uns já vêm com o Ehram vestido dos aeroportos de origem, outros preferem colocá-lo dentro do avião.


Para usar o Ehram, é obrigatória a intenção. “As acções só são julgadas segundo o niyat (intenção) e cada pessoa só terá aquilo de acordo com o seu niyat”. Referiu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), segundo o relato de Bhukari. Previamente, o peregrino deverá cortar as unhas, retirar os pelos (axilas e púbicas) e tomar banho (ghússl). Se não for possível o banho, então deverá fazer o wudhú (ablução). Usar o Ehram e fazer a oração de Sunattul- Ehram de dois ciclos e a seguir fazer o niyat (intenção) e pronunciar o Talbiya: “Labbaika, Allahumma labbaika. Labbaika lá charika laka, labbaik. Innal ham’da wanni’imata laka wal mulk, lá charika lak”. - “Eis-me aqui, meu Senhor!, Eis-me aqui. Aqui estou, ó Tu que não
tens nenhum parceiro, eis-me aqui. Na verdade, a Ti pertencem o louvor e o favor, assim como o reino. Tu não tens nenhum parceiro”.


Háram, significa sagrado. Outra palavra muito semelhante é Harám, que significa o oposto, isto é proibido. Quem não domina a língua Árabe, terá dificuldades em pronunciá-las com correcção, pelo que é preferível referir os referidos nomes na sua linguagem materna. De Háram (sagrado), deriva EHRAM, que significa entrar no estado de sagrado. Depois de efectuada a intenção de Ehram, está proibido ao peregrino de usar roupas cosidas, calçados que tapem a parte superior e cobrir a cabeça (não aplicável às senhoras). Não é permitido; cortar as unhas; ter relações intimas com a esposa/marido; perseguir, ferir ou matar animais (de caça); usar perfume; sabonetes perfumados e alimentos com fortes aromas.


O peregrino em estado de Ehram para cumprir com os rituais de Haj ou de Umra, está no estado de sagrado. Se assim morrer, quando for ressuscitado no dia do Julgamento Final, pronunciará as palavras “Labbaika, Allahumma labbaika”. Ibn Abbás (Radiyalahu an-hu) referiu que uma pessoa, que se encontrava em estado de Ehram, caiu do camelo, quebrou o pescoço e morreu. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “banhe-o com agua misturada com as folhas de arvore, cubram-no com as duas peças de Ehram e não lhe tapem a cabeça, porque Deus o ressuscitará no Dia da Ressurreição, prenunciando o Talbiya. Muslim.


O peregrino que se encontra em estado de Ehram, chama-se MÚHRIM e nesta condição, encontra-se apto para: 1) – Fazer só o Umra (neste caso o chamaremos de Mútamir); 2)- Para fazer só o Haj Ifrad, não faz o Umra (será o Mufrid); 3)- para fazer o Haj At-Tamatu, Umra e o Haj na mesma viagem. Depois de completar o Umra, rapa ou diminui o cabelo e tira o Ehram. Coloca outro Ehram (pode ser o mesmo depois de lavado), para fazer o Haj (será o Mutamatti); e 4)- Para fazer o Haj Quirán, nos dois rituais de Umra e Haj, com o mesmo Ehram (será o Cárin). O tipo de Haj mais utilizado (mais prático) é o At-Tamatu, porque permite fazer o Umra e o Haj, sem estar em permanente estado de Ehram. No Haj Quirán, o crente fica em estado permanente de Ehram, desde o início do Umra, até terminar o Haj, situação que pode durar semanas seguidas.


O Ehram para os homens é constituído por 2 peças de pano branco largas, sem costuras, com dimensões cerca de 2,5 m x 1,5 m. Uma peça destinada à cobertura da parte superior do corpo (Ridá) e outra para a parte inferior, da cintura para baixo (Izár). Quando nascemos, cobrem-nos com uma pano branco. Quando nos forem enterrar, In Sha Allah, seremos também embrulhados com um pano branco. O Ehram das senhoras é constituído pelas suas roupas habituais, bem como as peças habituais, nomeadamente as meias. As jóias são permitidas, mas desaconselhadas. Ibn Umar (Radiyalahu an-hu) referiu que uma pessoa perguntou ao Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), o que é que o Muhrim (peregrino) deve usar. Respondeu: “Não deve usar nenhuma camisa, turbante, calças, boné, meias de couro. Aquele que não tem sapatos (adequados), pode usar meias, mas deve corta-las abaixo dos tornozelos. Não useis roupas que tenham sido perfumadas de açafrão ou de warss (um fluido perfumado)”. Muslim. Os sapatos não podem tapar os tornozelos e por isso, os Hajis utilizam chinelos adequados.


Na era da ignorância, antes do advento do Isslam, os peregrinos ao aproximarem-se da Caaba, despiam-se, ficando sem qualquer peça de roupa, para circundar a Casa de Deus. Consideravam que as roupas com as quais cometeram pecados eram impuras para o efeito. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) considerou aquela prática incorrecta, pelo que instituiu o uso das duas peças de tecido.


Durante a peregrinação, todos estão vestidos de igual. Não se distingue o pobre do rico. Em Miná, Arafát e em Muzdalifa, estarão milhões de peregrinos, todos de branco. Imagine-se o dia do julgamento final, em que todos serão levantados das suas sepultaras e reunidos perante o
Senhor da criação. É a maior concentração de crentes naqueles pequenos vales, onde se ouve falar línguas de todo o planeta.


Recomenda-se a leitura do livro “Umra – Haj – Ziyárat, do Sheik Aminuddin Mohammad (Moçambique), uma obra essencial para conhecer todos os pormenores do haj e do Umra.


Façam o favor de ter um bom dia de Juma.
Cumprimentos
Abdul Rehman
20/10/2011

publicado por Re-ligare às 17:21
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Quarta-feira, 19 de Outubro de 2011
ÁGUA DE ZAM – ZAM

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

O poço donde provém a água de zam-zam, está situado no Massjid Al Harám – Mesquita de Makka. Até aos nossos dias, a água do poço continua com um caudal necessário para abastecer todos os Hajis (peregrinos), visitantes e residentes e nunca se verificou qualquer falta de água. È um verdadeiro milagre naquela zona do deserto.


Ibrahim - Abraão (Aleihi Salam – Que a Paz de Deus esteja com ele), cumprindo com as ordens de Deus, nosso Guia e Senhor, levou a sua esposa Hajra e o seu filho recém-nascido Issmail (Aleihi Salam – Que a Paz de Deus esteja com eles) e deixouos perto do Al-Baitul Atiq (A casa antiga). Com eles ficaram algumas tâmaras e água. Naqueles tempos Makka, era um autentico deserto, sem condições de sobrevivência.


Hajra perguntou ao marido, o motivo porque lhes deixava naquele local onde não havia ninguém. O Profeta (Aleihi Salam) não lhe respondeu, apesar da pergunta ter sido feita várias vezes. Então Hajra (Que Deus esteja satisfeita com ela) perguntou se foi Deus que lhe deu orientações para o facto. E aí o marido respondeu-lhe afirmativamente. Ela, confiante, disse que neste caso, o nosso Senhor nunca os abandonará. Ibrahim (Aleihi Salam), retirou-se e mais ao longe, no pico da montanha, fez a seguinte prece: “Ó Senhor nosso! Eu fiz habitar parte da minha descendência num vale inculto, perto da Tua Casa Sagrada, Senhor Nosso, para que cumpram a oração; fazei, portanto, com que os corações de algumas pessoas se inclinem para eles, com fervor e sustenta-os com os frutos para que Te agradeçam.” Cur’ane 14, Vers.37


Mãe e filho beberam e comeram até que a provisão se esgotou e começaram a sentir sede. A mãe, aflita, deixou o filho e subiu o monte Safa para ver se alguém a acudia e a seguir correu para o monte Marwa, mas não via ninguém. De Safa para Marwa, e assim sucessivamente, fez o percurso sete vezes e foi então que ela ouviu uma voz. Segundo o relato de Abdallah Ibn Abáss (Radiyalahu an-hu) ela disse em voz alta: “Ó quem quer que sejas, fizeste-me ouvir a tua voz, também me podes ajudar?”. No local, ela viu um anjo que estava remover o chão com a sua asa. Daí começou a brotar água. Então Hajra com as suas mãos começou a abrir uma cavidade e com as suas mãos encheu o odre. Ibn Abass (Radyialahu an-hu) narra que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Que Allah tenha misericórdia da mãe de Issmail. Se ela não tivesse controlado o caudal, aquela teria sido uma fonte de agua que escorreria como um rio !”. Hajra bebeu a agua e deu de amamentar ao filho.
O Anjo tranquilizou-a e disse-lhe “esta é a Casa de Deus, que será construída por esse menino e pelo seu pai e nunca Deus negligenciou o Seu povo”. Parte do relato de Ibn Abaas, em Bukhari. Livro 55:583.

 

Muito mais tarde, o poço de agua de zam zam foi destruído pelas guerras e não havia dele qualquer vestígio. Por volta do ano 500 D.C., Abdul Muttalib, uma personagem respeitada, era o responsável pela assistência aos peregrinos que se deslocavam a Maka. A agua, um bem precioso, era transportada de outros locais distantes, o que dificultava a tarefa daquele que viria a ser o avô do nosso Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Graças a sonhos que teve, Abdul Muttalib conseguiu descobrir o local onde se encontrava originalmente o poço e com a ajuda do filho
Háriss, escavou e retirou todos detritos, fazendo assim renascer o lençol de agua que até hoje perdura e que é utilizada por milhões de peregrinos.


Um dos rituais do Haj (Peregrinação), depois de fazer o Tawaf (circundar sete vezes a casa sagrada), é percorrer os montes Safa e Marwa, também sete vezes, fazendo Zikr (recordando a Deus) e reflectindo sobre o percurso que Hajra fez, aflita, com sede e debaixo de um sol escaldante, à procura de água para o seu filho. Nos tempos actuais, este ritual é efectuado dentro de um pavilhão com as melhores condições
climatéricas!


Percorrer (correr entre os montes Safa e Marwah é um dos rituais ensinados por Deus a Abraão e está relacionado com o Haj. Na altura, os pagãos árabes colocaram ídolos nos dois montes e desvirtuaram este ritual. No monte Safa, colocaram um ídolo macho e no Marwa, um ídolo fêmea e diziam que os dois se transformaram em pedra, por terem cometido adultério. Com o advento do Islamismo, colocou-se a questão se
o ritual era um acto instituido por Deus, ou se tinha sido inventado pelos adoradores dos falsos deuses. Depois da Caaba passar a ser a Quibla (orientação) e os ídolos todos destruídos, para acabar com todas as dúvidas, Deus revelou o seguinte versículo: “Os montes de Safa e Marwa contam-se entre os símbolos de Deus, portanto não é pecado, para aquele que visita a Casa na época da peregrinação (Haj) ou noutra altura (Umra), caminhar à sua volta ritualmente....” Cur’ane 2:158.


Os peregrinos quando regressam às suas terras de origem, têm sempre a preocupação de levaram garrafas de água de zam zam. Oferecem aos familiares e amigos, pequenas porções de agua que são bebidas, em pé, virando-se para quibla (Makka), mencionando o nome de Deus, dizendo: “Bissmillahir Rahmanir Rahim” - “Em nome Deus, o Beneficente, o Misericordioso.” E fazendo a seguinte prece: Ó Allah! eu peço-Te o Ilm (Conhecimento) benéfico, a abundância na provisão e a cura de todas as doenças”. Ibn Abbáss (Radiyalahu an-hu), referiu: “Apresentei ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) a água de zam-zam para beber e ele bebeu de pé.” (Bukhari). Khalil Mujáhid At-Tábil (Radiyalahu an-hu), referiu que a água de zam-zam serve a intenção pela qual for bebida e a pessoa beneficia do objectivo pela qual foi bebida.”


Façam o favor de ter um bom dia de Juma.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
13/10/2011

publicado por Re-ligare às 10:04
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a Caaba

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

“E PURIFICAI A MINHA CASA PARA OS CIRCUNDANTES.” Cap. 2 Vers. 125

 

A Caaba exerce um fascínio em cada um de nós. O peregrino quando chega pela primeira vez a Maka, fica ansioso para ver a Caaba. Ele já está familiarizado com a Caaba, porque muitas vezes a viu em fotografias (quadros, tapetes de oração, etc..). Quando está diante da Caaba, fica emocionado, as lágrimas que verte, reflecte uma imensa alegria e satisfação. Olha fixamente para a Caaba e faz uma prece, pedindo a Deus, a Sua Compaixão e Misericórdia. O peregrino virá muitos crentes fazendo Tawaf (circundando a Casa de Deus), outros fazendo orações e outros simplesmente sentados ou em pé, olhando para ela. Que pensamentos fluirão em cada um deles? Ibn Abbás (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Allah envia (faz descer) diariamente, de dia e de noite, cento e vinte Rahmats (Misericórdias) sobre a Caaba. Sessenta, são para os que estão a fazer o Tawaf, quarenta para os que estão fazendo orações à volta dela e vinte para os que estão
simplesmente a olhar a Caaba”. Al-Baihaqui. A Caaba, assim chamada por ser de forma cúbica, é a casa sagrada de Deus, nosso Guia e Senhor. É o Qibla dos Muçulmanos (Direcção para onde os Muçulmanos se viram para as sua orações).


Após o período que se seguiu à saída de Makka (Hijra) e durante cerca de 16 meses na permanência em Madina, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), efectuava o salat (oração) virado para Jerusalém. No ano 2 de Hijra (do calendário Islâmico), Allah Subhana Wataala,  ordenou-lhe que se virasse para a direcção da Caaba. Desde então, a Caaba, passou a ser a orientação para a nossa oração, símbolo da  unidade dos crentes. Quando o referido versículo do Cur’ane foi revelado, estava o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) a dirigir o Salat de Zuhr (oração do meio dia), virado para Jerusalém, numa Mesquita a cerca de 3 milhas da Mesquita de Madina. Quando já tinha efectuado dois rakates (2 ciclos de oração), recebeu a referida revelação. Ainda dentro da oração, todos se viraram para a direcção da Caaba e completaram os restantes ciclos. A Mesquita onde aconteceu este facto histórico e religioso, passou a chamar-se de “Quiblatains”, isto é Mesquita de dois Qiblas.


Allah Subhana Wataala diz ao Profeta Muhammad (Sallalahu Aleihi Wassalam): “Na verdade, vimos-te voltares com frequência o teu rosto para o céu (para orientação). Agora, certamente, te faremos virar para um Qibla, com que estarás satisfeito. Portanto, vira o teu rosto para a Mesquita Sagrada e onde quer que estejas, voltai os vossos rostos para esta direcção.” Cur’ane 2 : 144. A Caaba, foi sempre um local sagrado, muito antes da era do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Foi reedificada pelo Profeta Abraão e seu filho Profeta Esmael (Que a Paz de Deus estejam com eles). “E quando Ibrahim (Abraão) e Issmail (Esmael) elevavam as fundações da Casa (dizendo): “Nosso Senhor! Aceita de
nós (este trabalho). Com certeza, Tu escutas, Ês o Conhecedor.” Cur’ane 2 : 127.


Inicialmente a Caaba estava coberta com pedra preciosas do Paraíso. Com a morte do nosso pai Adam (Aleihi Salam -Que a Paz de Deus esteja com ele), ficou a pedra que todos conhecemos por “pedra negra” – Hajarul Asswad, que é beijada por milhões de peregrinos. A pedra era branca, mas com os pecados da humanidade ela tornou-se negra. Há uma referencia de que Omar (Radyialahu an-hu) ao beijar a pedra, afirmou: “Por Deus, estou ciente de que tu não és mais do que uma pedra (sem poderes). E se não tivesse visto o mensageiro de Deus beijar-te, eu jamais o faria”. – Relato de Al-Bukhari, Musslim e At-Tirmizi. Portanto ao beijar a pedra, os muçulmanos não o fazem por idolatria, pois não adoram mais nada a ser a Deus.


Cerca de 50 dias antes do nascimento do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), Abraha, o governador da do Yémen, quis destruir a Caaba, utilizando um exército poderoso, em que estavam incluídos diversos elefantes. Abdul Muttalib, chefe e líder da Caaba e que viria a ser o avô do Profeta, não se alarmou com a ameaça, pois considerou que o Dono da Caaba a iria defender. Assim aconteceu, Deus enviou um bando de pássaros, carregando cada um deles, 3 pedrinhas, que foram lançadas sobre o exercito invasor. As pedrinhas causaram inúmeras baixas e a debandada dos sobreviventes. Este facto foi e ainda é conhecido por “Ashabul – Fil, senhores dos elefantes” ou por “o ano dos elefantes” e vem referido num breve versículo do Cur’ane – Surat Al Fil – 105.


Ao longo da humanidade, a Caaba sofreu inundações e incêndios. No tempo pré Islâmico, albergou temporariamente 300 ídolos, que depois foram destruídos por Muhammad (Salalhu Aleihi Wassalam). Foi reconstruída várias vezes e hoje é uma casa quadrada em alvenaria, coberta por pano preto, bordado com versículos do Cur’ane. O sagrado não são as 4 paredes, mas sim o próprio local. Se a Caaba, por qualquer motivo ficasse destruída, a orientação para a oração continuaria válida. O local em si é que é sagrado para todos nós. É uma prova de que não adoramos a Caaba, os profetas e ídolos. A representação de Deus e Seus Profetas é uma heresia e um atentado à dignidade da fé dos muçulmanos. Não podemos representar a figura de Deus, porque ninguém O conhece como Ele é. Também não podemos representar as faces
dos profetas, porque isso conduziria à adoração dos mesmos, constituindo uma idolatria, contrária aos princípios religiosos - adoração ao Deus Único.


O Tawáf (circundar a Caaba), é um dos principais rituais do Haj (peregrinação a Makka). Durante as 24 horas diárias, excepto durante as 5 orações obrigatórias, há imensa gente a circundar a Caaba. É um verdadeiro milagre. Mesmo na altura, quando a Caaba estava sujeita
a inundações, as pessoas a circundavam, nadando (em círculos).


De acordo com a narração de Abu Said Al Kudri (Radiyalahu an-hu), o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “As pessoas vão continuar a realizar o Haj e a Umra , mesmo após o aparecimento de Gog e Magog. E Shu’ba acrescentou; A hora do Juízo Final, não será estabelecida até que o Haj (à Caaba) seja abandonado”. Bukhari 26:663. Como tudo nesta vida, tudo tem o seu fim. “Tudo o que existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo”. Cur’ane 55:26-27. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Um Etíope, Dhus Suwaiqatain (com duas pernas magras) irá demolir a Caaba”. E Ibn Abbas, referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “É como se eu estivesse olhando para ele, uma pessoa de raça negra, de pernas finas, arrancando as pedras da Caaba, um após outro”. Os dois hadices foram referidos no Bukhari, 26:666 e 26:665, respectivamente.


Uma curiosidade: Anualmente a Caaba é lavada com a água de Zam-Zam. É uma tradição antiga que vem desde o tempo do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), quando os Muçulmanos conquistaram a cidade de Makka, sem derramamento de sangue e destruíram os 360 ídolos que estavam colocados dentro da Caaba. E para a purificarem, lavaram-na com a agua de Zam Zam.

 

Ibn Umar Radiyalahu an-hu), disse: “O Profeta chegou a Maka, circundou 7 vezes a Caaba e depois efectuou uma oração de dois ciclos atrás do Maqam Ibrahim. Depois foi para Safa. Deus referiu: “Na verdade, tendes no Apóstolo de Deus, um bom exemplo”. Bukhari 26:693.


Se tem possibilidades financeiras e ainda não cumpriu com o quinto pilar do Isslam, não espere mais, siga para o caminho da felicidade. Responda dizendo, Labbaik, Allahumma Labbaik – Eis me aqui meu Senhor….


Façam o favor de terem um bom dia de Juma.
Cumprimentos
Abdul Rehman
06/10/2011

publicado por Re-ligare às 09:59
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