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Segunda-feira, 26 de Março de 2012
As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)


Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)


JUMA MUBARAK

 

SEXTA PARTE
Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua: 1) – O Rei justiceiro; 2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus; 3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide; 4) – Aquelas duas pessoas
que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe; 7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.


6 ) - A pessoa que dá a esmola e a que a mão direita não sabe:

 

Uma das obrigações dos muçulmanos, expressa num dos 5 pilares do Islão, é o Zakat, o destinar uma parte da riqueza aos necessitados. É uma obrigação que alguns muçulmanos se “esquecem” de cumprir, porque se encontram ocupados com os seus familiares e com os prazeres da vida. Hoje estão favorecidos, mas ninguém sabe o dia de amanhã. A riqueza não é proibida pelo islão. Sempre existiram e existirão ricos e pobres. E Deus responsabilizou o rico, para destinar uma parte da sua riqueza, para distribuição aos pobres. Mas a melhor sadaka, é aquela que contribui para uma ajuda contínua dos necessitados, como por exemplo, a concessão de poços de água, ou oferecer o “anzol”, de modo que as pessoas possam ser auto suficientes.


“Não maltrates o órfão; Nem tão pouco repudies o mendigo”. Cur’ane 93: 10, 11. O crente que tem excedentes financeiras, não só deve cumprir com a obrigação do Zakat, mas também deve distribuir a Sadaka, a contribuição facultativa, para os pobres e para os órfãos necessitados. Sahl Ibn Saad (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Eu e o tutor do órfão, estaremos juntos, tal como se encontram estes”; e juntou o indicador e o dedo médio”. Bukhari. Dar o Zakat, não é mais do que dar cumprimento ao mandamento de Deus. É uma obrigação da qual todos iremos responder perante o nosso Criador. A obrigação é idêntica às cinco orações diárias obrigatórias e ninguém está dispensado de as fazer. As orações facultativas (sunats e nafls), são em maior número em relação às orações fards (obrigatórias). Inúmeras recomendações do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), nos incentivam a praticar as facultativas, como meio de expiação dos pecados e ganharmos a satisfação de Deus. Foi através das orações facultativas que Bilal (Radiyalahu an-hu), o Muezin do Profeta, ganhou o estatuto de residente do Paraíso. Da mesma maneira, Deus e o Seu Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), nos incentivam a prática da caridade facultativa, outro meio para alcançarmos o paraíso. A distribuição do sadaka não diminui a riqueza. “Tudo quanto gastardes em caridade, Deus
vo-lo restituirá, porque Ele é melhor dos agraciadores”. Cur’ane 34: 39. Distribuir caridade, é uma forma de “emprestar” a Deus. “Quem é que emprestará a Deus um bom empréstimo, para que Ele lho multiplique muitas vezes?. Deus estende e restringe a riqueza e para Ele regressareis”. Cur’ane 2:245. A riqueza que possuímos não nos pertence na totalidade e por isso a devemos utilizar / gastar com muito cuidado. Ela pertence também aos nossos familiares directos e também aos necessitados. Refere o Capitulo 5, versículo 19 do Cur’ane: “E há em seus bens, uma parte para o mendigo e para o desafortunado”.


A vaidade, o orgulho e a ostentação são atitudes condenadas por Deus. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse que um dos que não entrará no paraíso, é aquele que ostenta a sua generosidade após ter entregue a caridade.. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) contou: “Havia uma disputa entre o inferno e o paraíso. O inferno disse: ”O arrogante e o orgulhoso encontrarão em mim, a sua morada”. E o paraíso disse: “Os afáveis (gentis) e os humildes serão os meus moradores”. Então, Deus dirigindo-se ao inferno, disse: “Tu serás o meio da Minha punição para os Meus servos, a quem Eu quiser”. E para o paraíso disse: “Tu és só a Minha Misericórdia, com
a qual Eu mostrarei a quem Eu quiser; E cada um de vós estará cheio”. Muslim. Para vangloriar-se, o ser humano faz alarido à esmola que dá. Imamo Ghazali (Rahmatulahi Aleihi) referiu que é um favor que o pobre está a fazer ao rico (ao receber o sadaka), porque a aceitação do sadaka, absolve o rico (duma das) obrigações para com Deus e é uma fonte de purificação da riqueza, além de lhe salvar do fogo do inferno. A melhor esmola é aquela que é dada secretamente, sem que ninguém o saiba. Afinal, porque motivos os orgulhosos têm necessidade de publicitar este acto? Para serem respeitados? Para se encherem de orgulho? Porque não acreditam que o acto secreto é visto e recompensado por Deus? Necessitam de testemunhas terrenas para se sentirem vaidosos!. Ninguém necessita de saber. Deus regista, e recompensará essa acção efectuada em segredo. “E aqueles que por amor a Deus, alimentam o pobre, o órfão e o prisioneiro, dizendo: nós vos alimentamos somente para
agradar a Allah. Não exigimos recompensa nem agradecimentos da vossa parte”. Cur’ane 76:8 e 9. O ser humano utiliza a vaidade e a ostentação noutras actividades sociais e religiosas. É a hipocrisia. Fazem as orações na presença de outros, só para ser vistos e elogiados. Quando estão a sós, não fazem as orações. Deus refere este tipo de pessoas, no Versículo 107 do Cur’ane: “Tens reparado em quem nega a religião? (Que nega as recompensas e o castigo da outra vida?); É quem repele o órfão; E não estimula (os outros) à alimentação dos necessitados; Ai, pois, dos praticantes das orações; Que as fazem por ostentação (para serem vistos)”. 107:1,2,3,4,6.


Foi por isso que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que uma das pessoas que será acomodada por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia do Julgamento Final, será aquele que ajudou o necessitado, em segredo e sem alaridos, mas só com a finalidade de obter a
satisfação de Deus.


E Deus sabe mais. In Sha Allah, continua no próximo Juma.


Cumprimentos,


Abdul Rehman Mangá
22/03/2012

publicado por Re-ligare às 15:50
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A L M A D I N A - O D I A D O P A I

Tornou-se habitual nos últimos anos a comemoração do chamado “Dia do Pai”, a 19 de Março.

 

O Isslam não atribui nenhuma relevância a este tipo de comemorações inventadas pelo Homem - Dia da Mulher; Dia do Trabalhador; Dia do Pai; Dia do Idoso, Dia do Deficiente, Dia da Criança, etc., etc.

 

Todavia, reconhece o valor intrínseco à mulher, ao pai, ao trabalhador, ao idoso, ao deficiente, à criança, etc.

 

Por isso considera todos os dias como Dia do pai e Dia da Mãe, contrariamente a muitas tradições em que os velhos pais são atirados nos chamados “Lares de Idosos” onde apesar de alguns cuidados que lhes são prestados pelas freiras, os próprios filhos e familiares não os visitam regularmente para lhes dar um pouco do seu calor, do seu amor, do seu afecto.

 

Por vezes esses pais morrem  no isolamento e anonimato, e os familiares só tomam conhecimento passados dias ou mesmo semanas, quando já em decomposição. E depois vêm com a ironia do Dia do Pai ou Dia da Mãe, levando-lhes, uma vez por ano, um buquêt de flores ou alguns presentes, achando assim que já cumpriram com o seu dever  de filhos.

 

No Isslam, o direito dos pais vem logo a seguir ao de Deus. E é por isso que o Profeta Muhammad S.A.W. diz: “A satisfação de Deus está na satisfação dos pais, e a insatisfação de Deus está na insatisfação dos Pais”. (At-Tirmizi)

 

E disse o Profeta S.A.W.: “Os pais são a porta  do meio do Paraíso, cabendo a ti cuidá-la ou perdê-la”.

 

É indescritível o amor de um pai para com o seus filho. Ele sacrifica toda a sua vida, anda de um lado ao outro para conseguir ganhar algo com que possa alimentar e educar o seu filho. Sacrifica o seu bem estar e conforto, em benefício do bem estar e conforto do filho. E mais. Pode até vir a sacrificar a sua própria vida em benefício do filho. Tudo isto fá-lo com muito gosto e muito amor, e não com o intuito de obter qualquer retribuição.

 

Por isso o Isslam ordena-nos que tratemos com bondade os nossos pais, ainda que eles tenham cometido algum erro contra nós. Só não se lhes deve obediência nenhuma quando Deus estiver a ser desobedecido.

 

Aliás, a obediência e bom trato a que eles têm direito acima dos filhos, não se circunscreve apenas a uma determinada idade ou tempo, pois isso é obrigatório a todo o momento e em qualquer fase da sua idade, muito em particular quando algum dos progenitores estiver numa fase de dependência e carecer de cuidados por parte dos filhos. Nessa fase, qualquer desinteresse ou negligência por parte dos filhos pode revelar-se bastante doloroso.

 

Para além disso, quando o pai ou a mãe já tiverem atingido a velhice, por vezes tornam-se irascíveis, irritando-se muito facilmente, o que é natural. E quando já estão muito velhos, a sua lucidez também começa a diminuir, e aí por vezes fazem exigências algo difíceis de satisfazer. Por isso o Al-Qur’án ordena-nos que nesses momentos difíceis das suas vidas sejamos mais gentis e pacientes, lembrando-nos o quão generosos e pacientíssimos eles foram para connosco quando éramos pequeninos, quando éramos piores do que eles nesta sua fase. Portanto, mesmo assim eles sacrificaram o seu sossego para nos prestarem os maiores e os melhores cuidados, e dentro do que se se lhes oferecia na altura, tentaram satisfazer as nossas exigências infantis com muito amor, pelo que devemos ter isso em conta, pagando-lhes o bem, com o bem.

Os filhos não devem ter gestos que revelem zanga ou azedume para com os seus pais. Devem mostrar-se humildes perante eles, demonstrando misericórdia, orando (fazendo duã) a seu favor, dizendo:

 

“Ó meu Senhor! Tende pena deles assim como eles me fizeram crescer desde pequenino”. (Al-Qur’án)

 

Ainda que o pai ou a mãe não sejam muçulmanos, deve-se-lhes respeito e bom trato.

 

Há muitos pais que passam privações, mendigando, quando os seus filhos vivem uma vida estável. Esses filhos são os piores ingratos.

 

Certa vez, no tempo do Profeta Muhammad, S.A.W., um jovem dirigiu-se-lhe, apresentando uma queixa contra seu pai: “O meu pai apodera-se do meu dinheiro”!

 

 O Profeta mandou chamar o pai para se inteirar do que se passava. Entretanto o Arcanjo Gabriel apareceu junto ao Profeta, dizendo-lhe: “Quando o pai chegar, pergunta-lhe quais são as palavras que ele estava a pronunciar no seu coração, que nem os seus ouvidos escutaram”.

Quando o tal jovem  voltou acompanhado do pai, o Profeta S.A.W. indagou-o sobre o que se estava a passar, pois o seu filho queixara-se contra si. Perguntou por que razão ele se apoderava do dinheiro do filho, ao que o velho pai respondeu: “Pergunte-lhe onde é que gasto esse dinheiro, senão sobre mim ou nas suas tias”.

 

Então o Profeta S.A.W. disse: “Pronto, já entendi, já não precisas de dizer mais nada”!

 

A seguir, dirigindo-se ao velho pai, disse: “Quais são as palavras que o teu coração pronunciou, que nem os teus ouvidos conseguiram escutar”?

O velho pai respondeu: “Ó Mensageiro de Deus! Em todos os assuntos Deus faz com que a nossa fé aumente mais, pois aquilo que ninguém ouviu, como é que tu soubeste? Isso é um milagre”! Depois acrescentou: “ De facto eu disse alguns poemas no meu coração, que nem os meus ouvidos escutaram”.

 

O Profeta S.A.W. disse: “Leia esses poemas para eu também ouvir”!

 

Então o velho pai disse na forma de poema:

 

“Eu alimentei-te quando eras pequenino e tomei a tua responsabilidade mesmo quando eras jovem;

Quando à noite alguma doença te atingia, eu passava toda a noite na intranquilidade por causa da tua doença;

Como se fosse eu que estava doente e não tu, enquanto eu sabia que a morte tem um dia fixo, não pode adiantar, nem atrasar.

Depois, quando tu chegaste à idade por que eu ansiava, começaste a pagar-me com rispidez e com palavras duras, como se tu, e só tu me prestasses favores.

 

Seria bom, se não consegues cumprir para comigo o direito de pai, pelo menos procedesses como procede um vizinho nobre, e pelo menos me concedesses o direito de boa vizinhança, e não fosses sovina na minha riqueza, mesmo a meu favor”. (Al-Qurtubi)   

 

Depois de ouvir estas palavras em forma de poema, o Profeta S.A.W. pegou no filho e disse: “Tu e a tua riqueza pertencem ao teu pai”.

Hoje em dia, muitos filhos maltratam os seus pais, faltam-lhes com a consideração que lhes é devida, e quando se lhes referem, ao invés de dizerem “o pai”, dizem “o velho”, o que detestável. Filhos com esse tipo de carácter sujeitam-se a pagar por tudo isso, ainda aqui no Mundo, pois quando atingirem a velhice, os seus filhos também lhes tratarão da mesma maneira. O Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Todos os pecados serão pagos no Outro Mundo, excepto os maus tratos infligidos aos pais. Isso, o filho irá pagar aqui, neste Mundo”.

 

É o provérbio popular: Cá se faz e cá se paga!

 

Sheikh Aminuddin Mohamad

19.03.2012

publicado por Re-ligare às 15:47
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