Blog dos docentes, investigadores e alunos de Ciência das Religiões na Universidade Lusófona (Lisboa)
.posts recentes

. RAMADAN - PRIMEIRA PARTE

. FALTAM APENAS DUAS SEMANA...

. JEJUM, UM ALIMENTO PARA A...

. “LA ILAHA – ILLA LLAH” – ...

. MI'RAJ — A Ascensão do Pr...

. RELEMBRANDO: A NOITE DE M...

. OS INÚMEROS BENEFÍCIOS PE...

. OS INÚMEROS BENEFÍCIOS PE...

. OS PRIVILÉGIOS E AS RESPO...

. SURAT FUSSILAT

.arquivos

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Abril 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010
Andamos sempre a cair...

 

 

Cheguei ontem a Brasília.
 
Quando o avião estava a aterrar, dei comigo a pensar: qual é a semelhança entre um avião que se despenha violentamente contra o solo e um avião que aterra suavemente numa pista? Sim, há uma semelhança: é que ambos estão em queda! A diferença é que o primeiro está em queda descontrolada e o segundo em queda controlada.
 
Na «Gaia Ciência», Nietzsche descreve o niilismo desta forma: «Para onde vamos nós próprios? Não estaremos incessantemente a cair? Para diante, para trás, para o lado, para todos os lados?».
 
A ideia de queda, nas suas múltiplas dimensões, marca tragicamente a vida do homem. Mas a ideia de queda não é um conceito aplicado só à vida no plano pessoal; é também no plano cósmico. O mito de criação babilónico, por exemplo, apresenta-nos a criação a partir de um quadro de profunda violência e desordem. É o corpo dilacerado da deusa que dá origem ao universo e do seu sangue surgem as constelações. O mito judaico da criação também apresenta a formação dos mundos a partir de um estado de queda: é a criação que surge a partir da vacuidade e do caos disforme.
 
É um facto: somos habitados – tragicamente habitados – por um conceito de queda. E o facto de sermos seres em constante queda, de estarmos, como dizia Nietzsche, «incessantemente a cair», torna afinal o homem um ser decadente! O segredo, contudo, está em ter uma queda controlada para minimizar os danos e optimizar, afinal, a vida.
 
Andamos sempre a cair; mas, por incrível que pareça, a vida também se forja, também se ergue, também se vive a partir de quedas.
 
Luís Melancia

 

publicado por Re-ligare às 13:25
link do post | comentar | favorito
1 comentário:
De Voltaire Theologos a 11 de Fevereiro de 2010 às 20:33
Caro senhor. Parabéns pelo seu blog. Não creio que
exista uma teologia perennis. Mas nunca deixei de admirar aspectos da teologia medieval.

Comentar post

.mais sobre mim
.pesquisar
 
.Julho 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
.links
blogs SAPO
.subscrever feeds