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Enquanto os homens forem imperfeitos, não haverá modelos perfeitos – nem ideológicos, nem políticos nem económicos. E quem pensava que o capitalismo o era, ainda está a tempo de mudar de ideias.
Mas digo hoje acerca do capitalismo o que Churchill disse, em Novembro de 1947, acerca da democracia: «Democracy is the worst form of government, except for all those other forms that have been tried from time to time." O capitalismo é também o pior modelo económico, à excepção de todos os outros modelos anteriormente tentados.
O capitalismo, apesar de imperfeito e incompleto, responde a quatro desejos e necessidades vitais do homem:
Produzir. O facto indesmentível é que o homem gosta de produzir, de criar. Isso diferencia-o dos animais: estes utilizam o que foi produzido; aquele produz o que quer utilizar. E também nos parece que é o sector privado aquele que mais incentiva à produtividade. O facto incontornável, iniludível, é que quando o patrão é o Estado, o desinteresse instala-se, a exigência vai-se, o afinco desaparece e a produtividade tende a diminuir.
Possuir. O princípio axial do capitalismo é o direito alienável à propriedade privada. Princípio este muito judeu, por sinal: já Jacob, depois de quase vinte anos a trabalhar como empregado do sogro, dizia: «Quando, pois, trabalharei também por minha própria casa?» Admitamos que nos é inato, a todos, o desejo de possuir a nossa casa, o nosso carro, as nossas propriedades, o nosso património. O capitalismo, enquanto modelo económico que assenta na propriedade privada, responde favoravelmente ao desejo de possuir.
Poupar. Pois é claro, se produzimos e possuímos, estamos a meio-caminho da poupança! O nosso problema, nestas sociedades de abundância sem ética, é o desperdício; se pensássemos nos milhões de euros que vão diariamente para o lixo por força do desperdício…Na célebre multiplicação dos pães, Jesus mandou que recolhessem as sobras do pão distribuído, «para que nada se perca», disse Ele. E vai daí, recolheram doze cestos cheios de pedaços!!! A receita de Calvino, que defendeu o direito à propriedade e à prosperidade, foi a da frugalidade, da sobriedade e da parcimónia. E com esse princípio modelou, com o seu pensamento económico e social, uma sociedade que ainda hoje respira a sua presença. Está claro: o capitalismo, na sua vertente representada pela «ética protestante», incentiva a poupança.
Partilhar. Outra coisa que o capitalista Calvino sublinhou a «bold» foi a importância da partilha - devemos acumular mas necessitamos partilhar. E aqui se fecha o quadrado: repartir é uma necessidade para quem recebe, mas mais ainda para quem dá, «pois é dando que se recebe», como dizia Francisco de Assis. O que tem faltado ao capitalismo selvagem é a ética! A ganância, a avareza, o egoísmo, a ambição desmedida estão a ferir um modelo, imperfeito, bem sei, mas que tem em si sementes de virtude. Já Abraão, o avô do capitalista Jacob, tinha aprendido que a posse implica, sempre, a partilha e que partilha assenta em dois princípios importantes referidos em Génesis 18:19: Tzedakah, distribuir por caridade e Mishpat, retribuir justamente.
O problema não é o capitalismo: é o egoísmo!
Luís Seabra Melancia
Docente na Lic. em Ciência das Religiões
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